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Burnout: síndrome do esgotamento profissional envolve sintomas físicos, mentais e emocionais



Considerada doença relacionada ao trabalho pelo Ministério da Saúde, desde 2022, a síndrome do esgotamento profissional, conhecida popularmente como Burnout, afeta 30% dos trabalhadores brasileiros, segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Neste ranking, o Brasil perde apenas para o Japão, cujo índice fica em torno de 70%.

Em decorrência de sua origem, tanto o indivíduo quanto a empresa precisam estar atentos aos sintomas para o tratamento correto ser realizado imediatamente, a fim de evitar que o distúrbio evolua para um transtorno. Identificar, analisar e reconhecer os sintomas precocemente e procurar ajuda de um profissional de saúde mental pode evitar, por exemplo, um diagnóstico importante de depressão. 

“O Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional caracteriza-se por ser um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso. É bastante interessante observarmos a intensidade e a frequência dos sintomas, para estabelecermos diagnósticos diferenciais” afirma a psicóloga credenciada Omint, Prof. Dra. Denise Pará Diniz, especialista em gerenciamento do estresse voltado à saúde e ao trabalho.

Sinais de alerta

Os sintomas são diversos e afetam as áreas mental, física e social, visto que o ser humano é integrado em seus domínios de vida. Isso em tal escala que consegue impedir que o indivíduo consiga lidar com situações minimamente estressantes. Conforme a Dra. Denise, algumas das principais características do Burnout são:

·        cansaço excessivo, físico e mental;

·        oscilações repentinas de humor;

·        dificuldades de concentração;

·        sentimentos de derrota e desesperança;

·        sentimentos de fracasso e insegurança;

·        negatividade constante;

·        sentimentos de incompetência.

·        mudanças comportamentais;

·        irritabilidade

·        dores difusas;

·        insônia;

·        isolamento;

·        mudança no apetite;

·        alterações na pressão ou batimentos cardíacos;

·        problemas gastrointestinais.

Embora muitas pessoas enfrentem rotinas estressantes, nem todas desenvolvem esse quadro exaustivo. Isso ocorre porque como cada indivíduo percebe e lida com os desafios diários pode variar de acordo com fatores ambientais, genéticos, história de vida, percepção, significados, sistema de valores.

Questões ambientais, como o suporte social disponível no trabalho e fora dele, podem desempenhar um papel crucial na capacidade de enfrentar e lidar com o estresse.

Diante desses fatos, a psicóloga enfatiza que “a percepção individual e as estratégias de ações proativas para acolhimento, identificação, encaminhamento para um profissional de saúde mental e readaptação do colaborador ao trabalho, adotadas pelas organizações, têm um papel fundamental na prevenção e no manejo desse esgotamento profissional”.

Importância organizacional no combate ao Burnout

Apesar de a percepção individual do mundo influenciar no nível do estresse, a questão social também é relevante. Exatamente por isso que as empresas têm um papel importante no suporte aos seus funcionários.

“O investimento em ações internas de promoção à saúde mental pode auxiliar a prevenir problemas reduzindo os índices de absenteísmo e presenteísmo e, também, criar um ambiente de trabalho positivo, que atrai e retém talentos”, explica a especialista.

“Além de uma estratégia ética, o desenvolvimento de um conjunto de ações empresariais atento aos colaboradores é inteligente para o sucesso a longo prazo da empresa, pois a tendência será de colaboradores que ao se sentirem acolhidos e com sua saúde priorizada, se tornem engajados, motivados, produtivos, aonde os resultados do ponto de vista individual e empresarial serão de excelência”, completa Denise.

Para se ter uma ideia de como o investimento na promoção à saúde nas empresas é importante, dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) avalia que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos em decorrência de depressão e ansiedade, o que gera uma perda em torno de 1 trilhão de dólares à economia global.

Fonte: Jornal Contábil

 
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