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CLT - 8 descontos no salário do trabalhador permitidos por lei



A legislação trabalhista brasileira, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelece uma série de direitos e responsabilidades para empregadores e empregados.

Um dos aspectos cruciais da relação de trabalho é a questão dos descontos no salário do trabalhador. Embora o artigo 462 da CLT estipule a proibição de descontos na remuneração, existem exceções claras e bem definidas que permitem determinadas deduções legais.

A compreensão abrangente desses descontos é essencial para garantir o cumprimento adequado das normas trabalhistas e proteger os direitos mútuo envolvidos.

1. INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

O desconto do INSS é um dos descontos obrigatórios mais conhecidos na folha de pagamentos do trabalhador.

Ele é determinado com base em uma porcentagem do salário e permite ao trabalhador acessar benefícios previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença. As alíquotas podem variar entre 8%, 9% e 11%, dependendo da faixa salarial do trabalhador.

2. Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)

Outro desconto obrigatório é o Imposto de Renda Retido na Fonte, cuja porcentagem é determinada pelo governo, considerando a faixa salarial do trabalhador. As alíquotas podem variar entre 7,5%, 15%, 22,5% ou 27,5%, dependendo do montante recebido.

3. Faltas não justificadas

A legislação trabalhista autoriza o desconto no salário do trabalhador para faltas não justificadas. Isso incentiva a responsabilidade e a assiduidade no ambiente de trabalho, garantindo a presença regular do funcionário.

4. Antecipação de salário

A antecipação salarial, conhecida como “vale”, permite que o trabalhador receba uma parte do seu salário antes do prazo regular de pagamento.

Embora seja uma opção conveniente em casos de necessidade urgente, o adiantamento é deduzido do salário posteriormente.

5. Vale Transporte

Se o trabalhador necessitar de auxílio financeiro para custear o transporte até o local de trabalho, a empresa pode descontar até 6% do salário para fornecer o benefício do vale-transporte. No entanto, se o funcionário não precisar desse benefício, não haverá desconto.

6. VA e VR – Vale-Alimentação e Vale-Refeição

A legislação que regulamenta o Programa de Alimentação do Trabalhador estabelece limites para descontos no vale-alimentação e no vale-refeição. A participação do funcionário é limitada a 20% do valor do benefício concedido pela empresa. Isso garante que os descontos sejam proporcionais ao benefício recebido.

7. Aviso-prévio

Quando um funcionário decide deixar a empresa e não cumpre o aviso-prévio de 30 dias, a empresa tem o direito de descontar o período não cumprido na rescisão do contrato de trabalho. Esse desconto é uma forma de compensar os custos e possíveis impactos causados pela saída abrupta do funcionário.

8. Pensão Alimentícia

Se um trabalhador tiver uma determinação judicial que exija que a empresa desconte o valor da pensão alimentícia do seu salário, a empresa é obrigada a realizar essa dedução segundo os termos da decisão judicial. Isso assegura o cumprimento das obrigações legais do trabalhador em relação à pensão alimentícia.

Em resumo, embora a legislação trabalhista proíba em princípio descontos na remuneração do trabalhador, é importante reconhecer as exceções previstas, que visam garantir a segurança e o bem-estar tanto do empregador quanto do empregado.

O conhecimento detalhado dessas exceções é crucial para uma relação de trabalho saudável e legalmente válida.

Portanto, compreender os direitos e as responsabilidades relacionados a esses descontos é essencial para a transparência e a conformidade com a legislação trabalhista vigente.

Fonte: Jornal Contábil

 
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